Diálogo Sobre a Continuidade Intermitentes
- O intermitentes jamais teve pretensão alguma!
- Mas que seria de ti, ó escritor, se não houvessem olhos e mentes que discorressem sobre teu produto? Assim como não se chama de autor aquele que propriamente não é dono de nenhuma obra e nem de coveiro aquele que não desenterra o chão pra entrada dos mortos, não se chama escritor aquele que dentro de si guarda suas próprias palavras...
- Que a arte é arte quando se manifesta, disso eu sei. Mas não me deixaria escritor por não haver alma que não me lesse. Afinal, o intermitentes nunca teve esse pressuposto: o de viver da compulsão alheia!
- Estás a resignar aqueles que vêm aqui?
- É claro que não.
- Então confessa que estás nutrindo teu próprio ego com isso tudo.- Estou e não estou. Se amanhã pararem de vir pra cá todos eles, continuarei copiosamente a expulsar de mim velhos demônios literários. Não que me sejam demônios, não são...
- E continuarias mesmo sem haver oxigênio, uma lufada lúgubre de interesse naquilo que rediges?
- Sim.- És um egoísta e, além de tudo, um grande mentiroso.
1 Comments:
tá, isso foi realmente inteligente.
nunca tinha visto um diálogo tão sincero entre um homem e sua consciência crítica!
muuito louco, marcelo!!!!!!!!!
=D
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